Segunda-feira, 27 Março:
Como o trabalho adiantado no fim-de-semana foi nulo, a véspera da entrega teve de ser o dar tudo por tudo.Assim, tive de renunciar ao bom tempo e tranquei-me no quarto a tentar escrever todo um trabalho sobre o que é a identidade nacional, como é criada e como muda com o tempo.
Já num desespero total, mudei-me para a varanda do apartamento de cima para me juntar à Ana e tentar aproveitar um bocadinho do sol (que não tem sido coisa que se veja todos os dias por aqui).
À hora de jantar houve uma pequena pausa no trabalho e o meu apartamento juntou-se para uma noite de nachos na varanda seguida da típica discussão sobre quem lava a louça.
Horas depois, voltei a atacar o trabalho, onde fiquei entretida até às três da manhã. A esta hora, com o trabalho acabado, lá o submeti ao TurnitIn - um programa que compara o trabalho com todos os trabalhos e artigos a que tem acesso para avaliar a percentagem de plágio. Como da outra vez que usei este programa a avaliação só demorou 10 minutos, fiz questão de ficar acordada até ter o resultado para ter a certeza que estava tudo ok. Não sabia eu é que aquilo ia demorar horas e horas e horas (e horas!). Felizmente desisti após uma e fui dormir (ou tentar, pelo menos: o meu telemóvel com o cartão português começou a tocar às 5h da manhã com um toque aterrorizador e não consegui dormir a noite toda).
Terça-Feira, 28 Março:
Depois do stress matinal com a Abby para ter a certeza que tínhamos entregue os nossos trabalhos a tempo, voltei para a minha cama para tentar recuperar o sono que AUST101 me tirou.
No final do dia (e depois de ter faltado a todas as aulas até então), lá tive eu de ir à aula prática de Project Management porque é com presenças obrigatórias. Depois de termos passado a aula quase toda a utilizar o ProjectLibre, chegou a altura de receber os testes. E chegou a altura de nos chatearmos quando vimos as nossas notas todas baixadas porque "eram demasiado boas". Mesmo tendo fornecido o teste antes, o professor baixou o meu 98% para um 84% (exatamente a nota máxima que se pode ter antes de obter a categoria mais alta - High Distinction).
Depois de jantar, lá nos reunimos todos na cave do edifício novo de Kooloobong para uma sessão de Tea with TED (uma palestra de TED acompanhada de chá e miminhos), à qual se seguiu um episódio de Suits com as minhas colegas de casa enquanto cozinhávamos brownies na cave - o nosso apartamento não tem forno e, por isso, sempre que precisamos de usar um temos de ir ao edifício ao lado do nosso - porque quarta é o aniversário do Conna.
| Edifícios da parte nova de Kooloobong |
| Vista aérea sobre Kooloobong Village - do lado esquerdo vê-se a parte velha (pequenas casinhas onde vivo eu) e no meio é a parte nova. Fotografia do Jacob Szloch |
Quarta-feira, 29 Março:
Dia livre e com um tempo espectacular, de manhã vi um post no nosso grupo do facebook de uma rapariga que ia às compras de carro (o que é sempre de aproveitar pois poupa uma caminhada desde os autocarros até casa) e eu, a Ana e o Jake aproveitámos a boleia.
Mal voltámos, deixei as coisas em casa e segui para a praia de Fairy Meadow com a Abby. Lá encontrámos a Cathy, a Amanda e todos os americanos que estão aqui de intercâmbio e mais tarde juntaram-se a Ang, a Michelle e a Carola (que me veio fazer companhia enquanto única europeia no meio dos americanos).
Depois de repor as energias e vitamina D, voltámos para casa para nos prepararmos para o aniversário do Conna. Começámos com pre games aqui em casa com uns amigos dele de engenharia enquanto atacávamos o brownie que lhe fizemos (que acho que ele nem teve oportunidade de tocar) e depois seguimos para um restaurante turco para comer alguma coisa.
A seguir seguimos para o Howlin Wolf, um pub onde estivemos a jogar 4 em linha até ser hora de seguir para o The Grand, o bar para onde se vai todas as quartas e onde encontramos todos os nossos amigos/conhecidos.
Foi também neste bar que descobri que aqui é obrigatório qualquer bar ter sempre acesso facilitado a água. Assim, em vários pontos do bar há garrafões de água e copos de plástico, para além de andar parte do staff com uma bandeja a oferecer copos de água às pessoas.
Por volta da meia noite lá comecei a receber chamadas do Jake a dizer (ou a tentar) que foi expulso do bar e que não sabe onde está, pelo que tivemos de ir à procura dele, levá-lo a comer qualquer coisa ao turco e trazê-lo para casa.
Quinta-feira, 30 Março:
Depois de ter adormecido e faltado à primeira aula do dia, lá fui eu para a aula prática de ENGG440 com o Jake. Quando acabou, fui almoçar com ele e com o Denver (um rapaz do Sri Lanka que está a fazer o curso aqui e que é do nosso grupo para o debate desta disciplina) no restaurante turco da universidade - quando fui à turquia com a minha família comi uma coisa deliciosa a que chamámos na altura de "pizza turca" e, desde então, ando a tentar descobrir uma igualmente boa (sempre sem sucesso).Almoço acabado, lá segui para o edifício principal da universidade para ter uma entrevista para o projecto AIME - um projecto que ajuda a integrar crianças aborígenas no ambiente escolar. E, embora estivesse nervosa e curiosa com o processo, foi a entrevista mais rápida e fácil que poderia ter tido - apenas duas perguntas, a minha motivação e a resolução de um case study. E marquei assim um dia de training para dia 12 de Abril.
À noite, apesar da Jess e da Bec terem saído para ir a um concerto, eu e a Abby ficámos por casa a descansar e ver séries.
Sexta-Feira, 31 Março:
E finalmente chegou o dia esperado!Logo de manhã, tive de ir a uma aula prática de MGNT110 que mais pareceu uma aula da primária: depois de cada um apresentar o artefacto que trouxe para a aula, foi altura de jogar bingo cultural. No entanto, como é uma aula obrigatória, lá tivemos todos de desperdiçar a nossa sexta de manhã com aquilo.
Depois da minha aula teórica onde reparei que todos os alunos estão completamente lixados com a correção e notas do teste e que ponderam avançar com um processo contra o professor, voltei para casa para fazer a minha tarefa de limpeza semanal (isto de implementar um quadro de tarefas cá em casa tem sido uma dor de cabeça!).
Limpezas feitas, comecei uma corrida contra o tempo para ir ao centro de Wollongong comprar uns sapatos para a gala que tinha à noite, uma vez que os sapatos que a Michelle me emprestou são ridiculamente altos e impossíveis de usar.
Assim, depois de ter entrado em mil lojas e ter encontrado um par numa loja que já estava a fechar (às 17h30.....), lá consegui arranjar solução e voltei para casa para começar outra corrida contra o tempo: preparar-me para a gala em 45 minutos.
Às seis e cinquenta lá estávamos nós prontas à espera do party bus para o sítio onde teríamos o jantar - que veio incrivelmente atrasado mas deu-nos oportunidade de ver todos os vestidos ridiculamente exagerados à luz do dia.
Quando chegámos ao centro de eventos (e com a promessa da existência de um bar aberto), deparámo-nos com uma fila gigante para o mesmo (e onde só serviam cerveja, sidra e vinho).
Apesar de ter tido um photobooth engraçado e do ambiente da nossa mesa ser muito bom - Markus, Abby, Eu, Bec, Jess, Conna, dois rapazes indianos, um australiano e um francês que não conhecíamos - o jantar acabou por ser uma desilusão por causa do terrível serviço de bar aberto (que compensou um bocadinho com a maravilhosa sobremesa que nos serviram).
Quando chegou o party bus para voltar, acabámos por sair no centro da cidade para irmos ao The Harp - o bar de karaoke para onde se vai às sextas - onde tentámos meter o Markus a cantar Britney Spears (que infelizmente não chegou a acontecer).
Já cansadas, a Jess, a Abby, a Bec e eu seguimos para o McDonald's (Maccas) onde aproveitámos para comer alguma coisa enquanto esperávamos o nosso Uber. Depois de meia hora à espera e de vermos no mapa o sr condutor a afastar-se cada vez mais de Wollongong, a Jess lá tentou ligar (sem sucesso) e deixou uma mensagem no VoiceMail a reclamar com o serviço, acabando por fazê-lo cancelar o nosso pedido.
Assim, já num desespero para voltar para casa, acabámos por apanhar o Maxi Taxi mais divertido de cá do sítio, com direito a luzes e música dignos de discoteca.
Sábado, 1 Abril:
Sábado de manhã, depois de elas terem ido a uma venda de roupa de desporto caríssima com 60% de desconto no meio do campus, chegou a hora de seguirmos para Canberra.A Jess, que é de Canberra, convidou-nos para irmos passar o fim-de-semana a casa dela, para conhecermos a família e a cidade. Infelizmente o Conna não conseguiu ir por ter imenso trabalho para a universidade e acabou por ser uma girls trip.
E aqui chegamos ao título deste post! Qual é a capital da Austrália? E, ao contrário do que muitos pensam, a resposta é Canberra, uma cidade com menos de 400mil habitantes que foi criada com o simples propósito de ser a capital do país.
Depois de uma viagem de cerca de três horas (que seria um bocadinho menos se a Jess não se tivesse enganado no caminho), lá chegámos a casa da família Rendell e fomos recebidos pelo Billy, o cão de quem a Jess não pára de falar.
Os pais da Jess prepararam-nos umas tostas para um almoço rápido e depois seguimos para o topo do Monte Ainslie, onde tínhamos uma vista magnífica sobre a cidade (e onde encontrámos americanos que conhecemos de wollongong!). Depois de descermos a montanha, seguimos para um parque no centro da cidade onde acabámos por reviver alguns momentos da nossa infância nos baloiços e escorregas.
| Vista no Mt Ainslie sobre Canberra - aquela rua que se vê no centro é onde está o parlamento antigo, o novo e o memorial da Guerra |
| Jess, Abby, eu e a Bec |
| John Knight Memorial Park |
A caminho de casa, a Jess fez questão de conduzir pelo centro da cidade para nos mostrar um bocadinho de Canberra - uma cidade muito agradável que, apesar de ser capital, tem menos trânsito do que a Lousã.
À noite, depois de um barbeque óptimo que os pais da Jess preparam para nós, acabámos por ficar em casa a jogar o "Passa a bomba" (e, por incrível que pareça, não perdi!) e a ver os Amigos Improváveis (que obrigámos a Abby a ver mal soubemos que ela nunca tinha visto).
Domingo, 2 Abril:
Depois de termos dormido uma hora a mais (mudámos este fim-de-semana par ao horário de inverno e, portanto, ganhámos uma hora) e mesmo assim não termos descansado o que precisávamos, seguimos para o Old Bus Depot Market - um mercado de artesanato, comida e coisas em geral que há todos os domingos num armazém no centro da cidade.A seguir de várias amostras grátis de muitas coisas, seguimos para o Dobinsons - o café onde a Jess trabalhou - para almoçar. Enquanto toda a gente foi atacar os hambúrgueres e os pequenos almoços ingleses, eu aproveitei e tive o meu primeiro prato de peixe a sério desde que estou na austrália - Barramundi, um dos peixes que eles mais comem aqui.
Já almoçadas, seguidos para o centro comercial de Canberra, onde estivemos a dar uma vista de olhos pelos saldos - que acabam por compensar aqui! - e descobri que aqui a Zara raramente (ou mesmo nunca) é uma das escolhas das jovens australianas.
Depois de voltarmos a casa, prepararmos as coisas e deixarmos a Bec em casa do namorado (que estuda em Canberra), seguimos na nossa viagem de volta a Wollongong, com paisagens e luzes incríveis, que acabou com uma pizza no Domino's mal chegámos a casa.
Cada vez com menos fotos porque os dias começam a ser mais banais e há menos novidades para fotografar, esta foi a minha semana!
Ah! E depois da pizza decidi também onde passar as minhas férias da Páscoa e aproveitei para comprar os bilhetes de avião. Como cheguei à conclusão que seria pouco tempo na Nova Zelândia, vou passar uma semana a Melbourne em casa da Rebeca (uma rapariga de coimbra que conheço dos clássicos finais de Verão na figueira, com quem fiz Missão País e que está já há meio ano a estudar em Melboune). Toda a gente fala super bem de Melbourne, estou super ansiosa!!
Beijinhos!!!
P.S.: Ando numa luta desesperada à procura de emprego e já chego a candidatar-me a tudo sem sequer ver para o que é que me estou a mandar.
Na semana passada ligaram-me de uma discoteca para fazer uma entrevista e combinámos para esta semana mas acabaram por não me voltar a contactar (e eu não queria muito um horário de trabalho que me alterasse todo o horário semanal).
(Descobri também que me candidatei para conduzir a carrinha dos correios e entregar a correspondência à população de Wollongong, espero não passar nessa!)
👍
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