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Não há duas sem três! Week 3

Olá olá!!

Embora atrasado, aqui vai o post da minha terceira semana no outro lado do mundo!


Segunda-Feira:


Segunda-feira serviria para descansar se eu não tivesse partido a minha secretária no dia anterior. Assim, de manhã, eu e a Jess seguimos para o Bunnings - um armazém gigante de bricolage e tudo o que se possa querer para casa - para tentar arranjar uma solução para a porcaria que fiz. E, quando estávamos no meio das chaves de fendas, um funcionário veio falar connosco para nos dar a sugestão dele sobre qual comprar. No fim de uma conversa entre a Jess e o senhor em que eu só soltei um "yeah", o senhor (de nome "Luis") pergunta-me de onde sou por ter "sotaque diferente". Ainda meia confusa de como é que ele se apercebeu que não era australiana dado que eu não falei, lá lhe disse que era de Portugal e ele, todo contente, disse-me que era da Colombia. Sim, tudo a ver.

À tarde fui para o Unibar (café super fixe no meio do campus onde costuma haver concertos ao vivo e montes de festas - O Hodor do GoT é DJ e tocou aqui semanas antes de nós chegarmos!!!) onde havia um Meet&Greet (com comida grátis, obviamente).
No meio de uma confusão de nacionalidades e de australianos que tinham ido para todo o lado do mundo, lá encontrei o meu "buddy" fingido (o Keegan!) e ele me apresentou a uma rapariga que vive em França cujos pais são portugueses e que ficou super entusiasmada por conhecer alguém com quem possa praticar os seus dotes de português. Assim, numa reunião entre uma portuguesa, uma filha de portugueses a viver no canadá e uma filha de portugueses a viver em frança, se passou uma bela tarde acompanhada de aperitivos.
Infelizmente ainda não consegui conhecer a minha buddy  -a Jacki, uma rapariga que estuda psicologia e que parece ser um amor! - pois ela, para além de estar a estudar, tem dois trabalhos diferentes.

Quando voltei para casa vim directa para o computador para fazer uma entrevista online para o projecto Everest. Este projecto, que conheci logo na O-week, tem como objectivo ajudar a desenvolver países de terceiro mundo não através de caridade mas sim com recurso a tecnologia e empreendorismo.
E, se estava à espera da típica entrevista através de uma chamada Skype, o que recebi não teve nada a ver com isso. Num percurso online, foram-me apresentadas 12 perguntas às quais tinha de responder com um vídeo de 4minutos feito à primeira.

Chegaram as fotografias que tinha encomendado! Agora sim, já me sinto em casa!


Terça-Feira:


Depois de uma noite mal dormida - desde que cheguei que quase ainda não tive nenhuma noite bem dormida - lá me levantei a muito custo e fui tratar dos meus assuntos.

Depois de uma aula teórica de duas horas em que só me apetecia dormir, fui falar com uma professora para pedir conselhos sobre quais cadeiras deveria ter este semestre e, finalmente, consegui então acabar o meu plano de estudos!

AUST101: Australian Studies: Cultures and Identities
MGNT110: Introduction to Management
ENGG461: Managing Engineering Projects
ENGG440: Strategic Management of Engineering

Depois de uma aula prática de ENGG461 em que serviu mais como reunião do projecto de grupo, vim para casa tentar descansar o que não descansei de noite e, às oito, seguimos todos para a sala de convívio do edifício novo das nossas residências para uma sessão de Tea with TED, em que vimos um ted talk sobre como identificar um mentiroso.



Agora numa nota mais à parte:
Viver num campus é muito bonito em relação à parte social mas a parte do descanso não encaixa bem aqui: à noite é difícil de dormir por causa do barulho das festas ou simples conversas entre o pessoal perto do meu quarto, de manhã é totalmente impossível continuar o sono quando os pássaros acordam. E acreditem, não são pássaros quaisquer. Não é aquele despertar suave e melodioso que os despertadores até reproduzem. Querem ter uma pequena ideia de como é? Força: https://www.youtube.com/watch?v=TqdRQxgtZtI
E isto são apenas dois, imagem agora o que é uma árvore cheia deles...


Quarta-Feira:



De pé logo cedinho (adivinhem porquê!), lá seguiu o apartamento 36 para um pequeno-almoço grátis no campus.
Barrigas cheias, seguimos (eu, a Jess e a Bec) para uma sessão de compras de comida, à caça dos preços baixos. E, quando voltámos para o campus, fomos diretas para o edifício onde estão reunidos todos os serviços para os estudantes para, adivinhem só, mais uma refeição grátis.
Como se a O-Week não chegasse, hoje todos os clubes da universidade organizaram-se e fizeram uma feira para demonstrar, uma vez mais, o que se faz em cada clube. E, uma vez mais, houve direito a comida grátis com fartura (desta vez até smoothies grátis tivemos!).

Na parte da tarde fui para casa ver se estudava um bocado, dado que todas as semanas tenho leituras para fazer para a prática de AUST101 em que tenho de entregar uma folha com as notas que tirei sobre os artigos.

À hora de jantar, o apartamento 36 seguiu novamente rumo à comida grátis. Como todas as quartas feiras há um Meet & Eat das nossas residências (sempre com comida de um país diferente), lá fomos ver o que era o jantar. E, para pouco espanto nosso, eram as clássicas salsichas australianas porque ninguém se tinha voluntariado para fazer o jantar e os student leaders só tinham arranjado esta solução. Mas, para sobremesa, trouxeram-nos Pavlova, um doce típico australiano com um nome típico russo que é basicamente um suspiro com fruta em cima.

Depois de jantar, voltámos para o nosso apartamento para a nossa típica pré party de quarta feira mas,  horas depois e todos mortos de sono, deixámo-nos ficar por casa, desperdiçando todo o outfit e preparação prévia.


Isto é o caminho que tenho de fazer todos os dias, já no campus!
Estes são os edifícios de Old Kooloobong, onde eu vivo!


Quinta-feira:


Depois de uma aula teórica de ENGG440 com o Jake, ambos seguimos para a aula prática da mesma cadeira onde, os dois bastante envergonhados, chegámos à conclusão que precisávamos de mais gente para o nosso trabalho de grupo (debate). Depois de termos ponderado quase toda a gente que estava na sala, um rapaz do Sri Lanka e um do Paquistão aproximaram-se e perguntaram se se podiam juntar a nós para o projecto. Todos contentes por termos uma equipa toda multicultural e óptima para o tema que queríamos (sobre a UOW ter um plano estratégico para chegar aos 1% melhores universidades do mundo), descobrimos que esse tema já tinha sido escolhido por outra equipa e que, portanto, teríamos de ir para um como "Mining in Australia is sustainable" o que, apesar de ter muito mais informação na net, não nos atrai como o tema anterior.

Após um almoço no Unibar com os nossos cupões mágicos - no final da nossa agenda de estudante há uma série de cupões que nos dá descontos em várias lojas/restaurantes do campus (cá em casa vivemos 5 estudantes e temos cerca de 20 agendas só por causa dos cupões), segui para a aula teórica de MGNT110 - uma repetição da aula teórica de segunda feira para quem não pode ir a essa aula.

Mal acabou, segui para o edifício 19 onde iria ter a próxima aula prática. Apesar de ainda faltar um bom tempo para a aula, ir mais cedo para o edifício 19 nunca é mal pensado - este é o edifício onde todos os alunos da UOW se perdem pelo menos mil vezes durante o curso (de qualquer forma, aqui vai-se sempre cedo para as aulas - 15 minutos antes a sala já está cheia).

Na aula prática de AUST101 basicamente apresentamo-nos uns aos outros e tivemos uma breve discussão sobre as leituras que fizemos para casa, pouco ajudada pela professora que, ao ser questionada com uma pergunta relacionada com a matéria, prefere sempre a resposta "O que achas tu?".
Nesta aula também foi interessante ver que não éramos assim tantos estudantes de intercâmbio mas que há vários australianos que, ao ter de escolher uma cadeira fora do ramo de estudos deles, escolhem esta por parecer simples e culturalmente importante - aqui, mesmo um estudante de engenharia, os estudantes têm de escolher quatro cadeiras diferentes das obrigatórias durante o curso.



Sexta-Feira:


Já toda a gente percebeu que o apartamento 36 vive com objectivo de encontrar comida grátis em todo o sítio, mas quem é que sabe o que é que ele é capaz de fazer para ter essa recompensa?

Depois de acordar cedo numa sexta feira e em jejum, lá fomos nós para o centro médico do campus dar um bocado de sangue para uma investigação sobre a quantidade de omega 3 no sangue em troca de um voucher de comida de $10.

Autorização e questionários assinados (em que basicamente só havia perguntas para avaliar a nossa sanidade mental), lá segui eu e o Conna para a sala onde nos iriam tirar o sangue. 5 minutos depois, o Conna estava pronto. Já eu, após ter respondido que não adoro tirar sangue, tive direito a televisão ligada, pernas para cima, almofada no braço, etc... até que, depois de tanto mexer, a enfermeira chegou à conclusão que não encontrava a minha veia e que seria um massacre para mim se mesmo assim tentasse tirar.
Voucher de $10 na mão (foi-me dado antes de eu me amaricar e não dar sangue), lá fui eu falar com o estudante de PhD e prometi-lhe que voltaria para a semana, desta vez com alguma água bebida (pelos vistos o problema foi de não ter bebido água antes de ter ido para a "consulta", as minhas veias estavam "vazias" e, consequentemente, muito difíceis de encontrar).

Depois de vir a casa tomar o pequeno-almoço, segui para a primeira aula prática de MGNT110, apenas de uma hora. Mal me sentei, recebo um bilhetinho de um chinês sentado ao pé de mim: "Erick, nice to meet you. And you?". Esta aula tinha tudo para ser boa.
Após uma apresentação da professora em que fez questão que decorássemos o nome dela, apontando para alunos e perguntando repentinamente "What's my name?" (e que soubessemos que demorou 14 anos a tirar o doutoramento dela), seguiu-se uma apresentação de todos os alunos da turma, em que reparei que, se não a única, eu fazia parte dos 2% que não tinham um part-time.

A seguir seguiu-se uma aula teórica de ENGG461, um completo arrependimento. Depois de toda a excitação do prof sobre um guest speaker que nos iria dar a aula nesta sexta-feira, veio a desilusão quando me apercebi que não era mais do que alguém da "ordem dos engenheiros" australiana a falar sobre a entrada no mercado de trabalho australiano.

Chegada a casa, eu e a Bec saímos rumo ao centro comercial para atacar os saldos da H&M (mais baratos do que em Portugal!!), até nos expulsarem às 17.30 porque estavam a fechar.. - aqui quase todas as lojas fecham às 18.00 ou, neste caso, ainda mais cedo.

Sábado:



Fim-de-semana! Ainda melhor, fim-de-semana de viagem!

Acordada bem cedinho, lá preparei as minhas coisas para um fim-de-semana em Sydney - Pouco depois de ter recebido a confirmação que vinha viver para a Austrália, lembrámo-nos que tinha família a viver cá. A Amélia, uma senhora de 70 anos do lado da família do meu pai, vive na Austrália há cerca de 45 anos com o marido e a filha a nada mais do que hora e meia de distância de Wollongong. Assim, já há um ano que estabeleci contacto com eles para perguntar tudo e mais alguma coisa e para a minha família em Portugal saber que não estou abandonada do outro lado do mundo.

Após conversas e conversas via facebook, este foi o fim-de-semana de os ir visitar e conhecer melhor! Assim, às dez e meia, o namorado da minha prima Carla, que trabalha em wollongong, veio-me buscar para me levar a Sydney.
Depois de uma visita guiada à casa (e que bonita que é!) e almoço rápido (e de um nível muito mais alto do que qualquer refeição que tenha tido aqui nas residências), saí com o Arsénio e a Amélia, que me foram mostrar as redondezas de Sydney.
Como estava muito calor e não havia muito tempo (para além de não haver pressa nenhuma!), não fomos ao centro de Sydney e ficámo-nos por Watsons Bay e Rose Bay, as zonas super ricas de Sydney de onde se consegue uma vista extraordinária da cidade.

Depois de uma volta de carro em que deu para conhecer por alto as redondezas, fomos para casa e aproveitei para estudar já que tenho um teste já na semana 3 da universidade (atualmente é a 2). Às 18h30 chegou a Carla e o Misel e, com eles, a hora de jantar! E que bem que me soube! Para além de ter uma refeição verdadeira e tão boa depois de tanto tempo, estar sentada à mesa com família na Austrália a falar português!
Para sobremesa tivemos uma Pavlova, desta vez versão caseira e dez mil vezes melhor do que a que tinha experimentado!

Depois de muita conversa, lá se combinaram os planos para o dia a seguir e fomos todos descansar.

Vista de Sydney desde Watsons Bay

Domingo:

Qual é a melhor maneira de acabar a semana senão com um regresso às origens?

Depois de um pequeno-almoço maravilhoso com mangas do quintal, seguimos para um festival português num bairro em Sydney e bem, mais português não podia ser! Com presença do clássico tuga de todos os níveis - desde o clássico azeiteiro com camisola do cristiano ronaldo, brinco na orelha e aparelhagem a dar música pimba aos altos berros, ao casal cuja mulher está farta de reclamar que quer ir para casa porque os saltos de 10cm e a quantidade de jóias douradas com o coração de viana que tem na cabeça já começam a pesar, passando pelos miúdos com kit completo da seleção (chapéu, lenço, punho e camisola), no festival não faltou rancho, concertinas, clube do sporting nem sardinhas! Só faltou foi organização!
Enquanto a parte organizada pelos australianos estava impecável - controlo do trânsito, segurança, barraca de primeiros socorros, dispensador de água e protetores solares para quem precisassem, as barracas portuguesas para ter acesso a uma mísera sardinha demoravam cerca de 1hora para o cliente ser atendido e outra para o cliente ter o pedido na mão. E, cúmulo dos cúmulos, qual não é a indignação dos cliente quando, após séculos à espera, ouvem duas das cinco empregadas da barraca a dizer "ai ai que já são três e meia, temos de ir atuar! temos de ir atuar!", enquanto trocam o avental pelo gorro do traje tradicional.

Tive a oportunidade ainda de conhecer o Pedro e a Cecília (filho e nora de uma amiga da minha mãe), que vivem em Sydney há dois anos e que também se mostraram logo disponíveis para me ajudar no que fosse preciso!

Depois do festival, fui com a Carla, o Misel e os amigos deles para um café no mesmo bairro para satisfazer a vontade quase geral de comer um pastel de nata.

Chegada a casa (e com um cheiro horrível a sardinha!), fui descansar e ver um bocado de televisão com a Amélia e o Arsénio, que me apresentavam todos os possíveis planos para todas as minhas futuras visitas, deixando-me cada vez com mais vontade de voltar já na semana a seguir!

Portugueses pelo mundo: grupo de concertinas de Sydney


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Embora tardio, aqui veio o relato de mais uma semana do outro lado do mundo. Como podem ver, estou a ter uma experiência espectacular e tenho todo o apoio que for preciso se for necessário!

Domingo escrevo o resto da minha experiência e conto-vos como foi o primeiro teste!
Beijinhos!!

Eva Brink


P.S.: Acho que nunca partilhei aqui mas aqui toda a gente anda sempre tão descontraída que é normal ver pessoal descalço no campus. Até existe um sinal a dizer "No shoes, no service!" no Unibar, dado que já está a chegar a um extremo.

P.P.S.:No outro dia, quando fui comprar um café, reparei que vendem pastéis de nata num dos bares do campus (embora tenham um aspecto duvidoso)



P.P.P.S.: Outra curiosidade engraçada: aqui a galinha é mais cara do que a vaca. As salsichas que comemos são sempre de vaca e, quando queremos comprar, por exemplo, um wrap de galinha temos de pagar um extra sobre o preço do de vaca.

P.P.P.P.S.: Estou à procura de um trabalho part-time aqui tanto para me dar um extra de dinheiro como para conhecer outra realidade da qual estou habituada  mas, ao longo da procura, deparei-me com uma situação muito diferente da portuguesa. Aqui toda a gente trabalha (no mínimo) em part-time desde os 16 anos e tenho vários colegas que estão a trabalhar em full-time enquanto tiram o curso. Não importa se sejam ricos ou pobres

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