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Que comece! Week 1

Após uma longa viagem e muitas dúvidas se deveria ou não fazer um blog, aqui estou eu! Sã, salva e entusiasmada para o que aí vem!

Comecemos então pelo início:

Sexta-Sábado

A viagem: respondendo agora às múltiplas mensagens de como foi o voo, como é o avião, quão cansativo foi uma viagem tão longa, etc etc. Querem a minha opinião mais sincera? A viagem podia ter tido mais 15 horas que eu não me importava! Quem já voou pela Emirates sabe do que falo. O voo tem tanta diversidade de coisas para fazer que eu não senti as horas a passar e até fiquei com pena quando aterrámos (exceto no Dubai: durante a descida algo explodiu na asa direita -mesmo junto ao sítio onde eu estava - assustei-me tanto que fiquei super aliviada quando tocámos em terra). Filmes italianos, franceses, jogos, séries, rádio, internet, imensa comida! Infelizmente não tive direito à primeira classe e os seus duches a bordo mas tive um cheirinho de como é um voo para eles quando, acabadinha de entrar no avião, vejo hospedeiras a subir as escadas com copos de champanhe para oferecer.
Em relação ao Dubai, não consegui visitar a cidade pois cheguei às 2h da manhã e estava sozinha mas dar uma volta pelo aeroporto dá um cheirinho do que aquilo deve ser. Aquele aeroporto só mesmo visto, é impossível descrever a grandiosidade que aquilo é.



Domingo

Assim que cheguei a Sydney (e ao seu minúsculo aeroporto), segui para o transfer onde conheci mais uns estudantes que vêm para a mesma universidade que eu. Deixados todos os outros nas suas residências, foi a altura do simpático motorista me deixar à minha sorte nas famosas residências de Kooloobong. Iludida pelos prédios novíssimos em folha e com quartos todos XPTO que vi nos vídeos de promoção, fui então reencaminhada para aquele que seria o meu quarto no velho apartamento 36.
Completamente perdida num quarto desconhecido e pouco acolhedor, tive logo de ir ao centro da cidade para comprar coisas para o quarto que mudassem a minha situação. Assim, com três caloiras que também tinham acabado de chegar e se ofereceram para vir comigo (fiz um post no facebook da residência e elas disseram que também precisavam), lá foi a Eva tentar que o quarto 36.1 ficasse mais seu.
Após um dia intenso de compras - em que eu só queria comprar lençóis e coisas práticas e afinal elas queriam comprar roupa gira e ver os saldos - lá voltei eu para casa e conheci os meus colegas de casa:
- a Jess, uma australiana natural da capital do País  (que, para os mais distraídos, NÃO É sydney!), caloira de enfermagem e responsável pelo tratamento da minha perna até isto ficar bom;
- a Abby, uma americana de Pensilvânia que está cá durante um semestre para estudar algo do género de fisioterapia;
- a Bec, uma australiana natural de Wagga Wagga (e achavam vocês que Wollongong era um nome engraçado para uma terra!), caloira de direito;
- e o Conna, australiano natural de uma zona montanhosa, caloiro de engenharia e pouco entusiasta em relação à tradução do seu nome em português.



Segunda feira

Após uma longa noite de sono a tentar recuperar da cansativa viagem, acordei com uma mensagem da Bec a dizer que iam almoçar a um café no campus e se eu me queria juntar. Energias repostas, seguimos todos para o centro da cidade para arranjar cartão SIM australiano, devolver o que me arrependi de comprar no dia anterior e comprar mais coisas.
Depois de um food tasting de comida australiana (nunca irei esquecer que o primeiro canguru que vi foi triturado, numa espetada e chamado de salsicha!), começaram as pré parties da mítica O-week (orientation week) com a shit shirt party - toda a gente foi a lojas de segunda mão, comprou a pior camisa que podiam ter e foram todos sair assim! Embora estivesse com uma vontade gigante de ir conhecer mais gente, o sono falou mais alto e fiquei por casa a descansar.

Terça feira

Chega a orientação de estudantes de intercâmbio. Todos reunidos numa sala com 90% de americanos, tivemos a manhã toda numa sessão de informação da universidade e da nossa vida cá. Enquanto era a única portuguesa no auditório, tinha ao meu lado um americano que encontrou uma amiga da universidade onde estuda sem fazer ideia que também tinha vindo de intercâmbio para cá.
Depois disto seguimos para o famoso O-Festival: a melhor recepção do caloiro alguma vez vista! Uma autêntica festa no campus com concertos, barracas com comida grátis, insufláveis, algodão doce, tudo o que se possa imaginar! Durante esta semana, todos os clubes que existem na universidade (e algumas empresas a tentar angariar clientes) têm uma barraquinha onde apresentam o seu clube e, como forma de chamar a atenção, a maior parte oferece comida ou gadgets.
Na noite de Toga Party (e ainda sem um lençol branco para vestir), voltei a juntar-me a um grupo random de pessoas que foi a um supermercado em busca de lençóis e assim conheci mais gente da minha residência e arranjei outfit para a noite.
Compras feitas, segui meia perdida para a piscina do campus onde íamos ter a O-week Pool Party. Passado 5 min e totalmente perdida no campus, conheci dois noruegueses também eles perdidos e seguimos os três para a festa onde, novamente, havia comida grátis e insufláveis. Corridas entre estudantes nos insufláveis, muitos jogos de volley e corridas de flamingos de borracha depois, voltámos para o apartamento para nos vestirmos com os nossos melhores lençóis e nos juntarmos à pré party num quarto qualquer - todos os dias alguém publica no grupo do facebook em que quarto é a pré party e qual é o tema. Vestimo-nos todos de acordo com eles e lá vamos nós para a festa às 20h da noite (o mais tardar!) para à 1h já estarmos em casa.



Quarta feira

Depois de irmos atacar a clássica comida grátis no O-Festival, eu e as miúdas cá de casa seguimos para uma tarde bem passada na praia. Ao contrário do que por aí se diz, nesta zona não há qualquer problema em ir à água e toda a gente o faz, apesar da água não ser o mais quente que já senti. Muito semelhante a uma praia portuguesa, a única diferença imediata é a não existência das bandeiras verde, amarelas ou vermelhas mas sim um intervalo de espaço delimitado por bandeiras que nos diz a zona em que podemos nadar.
Chegadas a casa fomos para o jardim comum das nossas residências onde estavam alguns estudantes a tocar guitarra e a cantar enquanto comíamos pizza - na minha residência existe um princípio de "psicologia positiva" em que, entre todos os habitantes, existem cerca de 15 líderes que, em conjunto com os responsáveis da universidade pela residência, organizam eventos diários de convívio entre o pessoal de cá. Desde a manhãs de yoga até movie nights, estes eventos às vezes passam por comida grátis (que são os que atraem mais gente, como de esperar).
Pizza comida e outfit escolhido, esta foi noite de jungle safari party e incluiu pré party, uma discoteca e waffles quando chegámos da noite (estou a começar a gostar muito desta psicologia positiva!).



Quinta Feira

E como não há melhor maneira de começar o dia do que com comida grátis, lá fomos nós para o Brunch da residência.
Depois de mais uma voltinha pelo clássico O-Festival e de andar à caça dos melhores brindes, voltei a ir às compras - desta vez com a Urte, uma rapariga lituana com quem já andava em contacto há cerca de um ano (quando descobrimos que vínhamos as duas para aqui) e cuja melhor amiga conheci num evento da ESN em bruxelas.
Desta vez numa noite sem tema, a pré party entre o nosso grupo de amigos foi feita cá em casa e em seguida fomos para um bar no campus onde era a festa em que toda a gente estava. Muitas conversas e brincadeiras depois, encontrei o Keegan na paragem de autocarro à espera do party bus (ah! esqueci-me de mencionar mas aqui, sempre que vamos para uma festa, vamos num "party bus": um autocarro grátis com música aos altos berros e luzes coloridas, tal e qual uma discoteca ambulante). Já agora, para quem não sabe, o Keegan foi o estudante australiano de intercâmbio que era o meu buddy enquanto estudou em Coimbra e era suposto ser o meu buddy quando eu me candidatei ao programa aqui na universidade. Uma DRI em Portugal é igual a uma DRI na Austrália, ambas pensaram que eu e o Keegan seríamos um bom par.
Sempre deliciadas por comida grátis, quando estávamos na paragem de autocarro prestes para voltar para casa, passou um grupo de estudantes com uma caixa de pizza gigante cheia de batatas fritas, rumo à praia. E com a simples promessa de "se vierem connosco à praia podem comer as batatas à vontade", ganharam um novo grupo de amigas. Depois de um mergulho no mar (eu fiquei a "controlar" as batatas) e de uma caminhada gigante, perdemo-nos e tivemos de chamar um táxi para nos vir buscar (20 dólares = 15 euros por uma viagem). Nunca mais.
(Adivinhem só o que havia quando chegámos ao campus! Mais waffles!!)



Sexta Feira

Numa manhã muito preguiçosa e com o objetivo de ir ao centro do campus ao meio dia para ir ver a feira do Good Will Hunting (a universidade promove uma feira em que são oferecidos todo o tipo de materiais para a casa. Desde televisões a lençóis, passando por cadeiras e talheres), quando acordámos a fila já tinha metros e metros e desistimos da ideia.
Após um Pad Thai num restaurante tailandês no campus (temos todo o tipo de restaurantes aqui) e um ataque de coração quando senti algo debaixo da mesa -olhei e era um pato- seguimos com todos os elementos do apartamento 36 para fazer mais umas compras para a casa.
Todos cansados desta semana de festas e vida boa, o plano de sexta feira era projetar um filme mas eu nem a isso me juntei, tanto era o cansaço.


Sábado

No meio de uma correria de quem adormeceu, a Abby e eu lá fomos rumo à nossa viagem com os estudantes internacionais para Port Stephens. No meio de coalas, aranhas e pavões, lá vimos os primeiros cangurus vivos e ainda tivemos oportunidade de lhes dar comida e sentir as cocegas na mão quando eles a vão buscar (e o pânico quando eles nos arrancam o saco de papel da mão e o começam a comer). Depois de uma rápida sandes no meio do campo, seguiram-se as provas de azeite, de vinho e de cerveja acompanhadas sempre por uma vista fantástica.
Continuando a viagem, fomos para o hostel onde íamos ficar a noite (contra todas as nossas expectativas). Se estávamos à espera de um hostel moderno, relaxado, com boa conexão wifi e confortável, tudo o que recebemos foi o contrário e mesmo assim adorámos! No meio de uma selva e com cangurus no meio, ficámos num hostel em cabanas onde aranhas e bichos esquisitos era o que não faltava.
Após uma pizza na zona comum, seguimos todos para a praia (a 5min do hostel), fizemos uma fogueira e ficámos lá a conversar. De volta ao hostel (e com já múltiplas histórias de aranhas na roupa e na almofada), fui comprar repelente e, após adiar a ida para a cama com todo o tipo de jogos e de ideias, lá fomos para o quarto tentar dormir. E assim foi a minha noite, agarrada a um spray repelente, a acordar de 5 em 5 minutos e a borrifar a minha cama com medo que uma aranha se aproxime.

Primeiro canguru que vi sem ser num pau de espetada 
Provas de vinho em Hunter Valley


Fogueira na Praia de One Mile


Domingo

Após uma das noites mais mal dormidas da minha vida (a experiência foi engraçada mas sendo medricas com cobras e com aranhas não se consegue descansar), lá seguimos todos para uma aventura de sandboarding na maior área de dunas da austrália. Não sendo a melhor experiência do mundo, esta valeu totalmente a pena pela incrível vista que se tem no topo das dunas: uma imensidão de dunas entre a selva e o mar.
Depois de um almoço relaxado na marina de Port Stephens, lá seguiu o grupo para uma observação de golfinhos. Só passado 1 hora, já ter desistido de tentar vê-los e ter adormecido 3 vezes é que, graças ao abanar inacreditável do barco, despertei e vi não um nem dois, mas sete golfinhos! Numa tentativa muito complicada de nos mantermos em pé em cima do barco, recebemos então o convite que tanto esperávamos: dar um mergulho! Assim, já todos entusiasmados, descemos por um escorrega e caímos numa rede na água, enquanto o barco continuava à sua velocidade normal. Imaginem portanto a força que a água fazia ao bater em nós e a dificuldade que foi a sair de lá, andando por cima da rede com o barco em constante movimento.
Golfinhos vistos, mergulhos dados, fotos com cangurus tiradas e vinhos provados, assim acabou a viagem deste fim de semana e se abriu o apetite para muitas mais.

Como chegámos já tarde a casa, a Abby e eu não conseguimos ir a um meet and greet de pessoas da nossa faculdade onde haveria também bolo grátis. Com pena e já a preparar o jantar, chega a Bec com uma bolacha a fazer de prato e 3 fatias de bolo por cima. Qual não é o espanto quando, 15 minutos depois, aparece a Jess exatamente na mesma situação (também a usar a bolacha como prato!!). Cada uma trouxe, portanto (e sem combinar), uma amostra de cada bolo que ofereceram por nós não termos conseguido ir! Se no início dizia que este sítio era muito desconhecido para mim, as minhas colegas de casa estão a fazer como se eu já estivesse cá há anos!

Escrevo este resumo da minha semana já às 2h da manhã de domingo enquanto toda a gente dorme pois as minhas aulas só começam na quarta. Pelos vistos há quem vá ter férias mais uns dias!

A todos os que me mandaram mensagem e ainda não respondi, ainda estou a tentar limpar todas as redes sociais e responder a tudo mas escrevi este post também como resposta à maior parte das vossas mensagens.

Beijinhos do outro lado do mundo (e do futuro!)



O grupo completo do fim de semana

Eu com a Ang, a Michelle e a Abby, três das americanas com quem costumo estar


resumo em vídeo para quem não teve paciência de ler tudo:

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