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Para a frente é que é o caminho - com alguns desvios, vá (semana 20)


Depois de semanas e semanas sem blog, aqui estou eu de novo para vos contar as minhas aventuras!


Segunda-feira, 3 de Julho:


Depois de dias bem passados em Hervey Bay, segunda chegou a altura de deixar a cidade e conduzir mais um bocado para norte. Embora um bocado sem destino, depois de pararmos num porto para comer qualquer coisa, acabámos por ir até Tannuum Sands, onde fomos à praia.

Como havia um sinal à entrada da praia a dizer que havia crocodilos e que não se podia nadar, o meu pai foi arriscar a sua vida sozinho, enquanto eu e a minha mãe ficámos na praia a apanhar sol. 

Ir ao mar aqui é quase uma actividade radical

Não tendo programado o dia de hoje nem tendo destino em específico, o final da tarde foi passado à procura de um sítio para dormir. Combinando as informações da CamperMate e da Wikicamps - as duas aplicações essenciais para quem anda a fazer viagens de carrinha na Austrália - acabámos por ir para Greenacres Motel Van Park, um motel à beira da autoestrada com uma vibe muito esquisita mas que tinha reviews óptimas nas aplicações. E como tudo o que se estranha se acaba por entranhar, assim foi com o nosso alojamento: apesar de ser num sítio esquisito e de nos ter sido um espaço minúsculo entre dois bungalows onde não era suposto caber mais ninguém, o dono era impecável, havia Wi-Fi grátis e ilimitada e o resto dos hóspedes eram muito simpáticos. Todos casais bastante velhos, a maioria conduzia autocaravanas gigantescas e o plano era fazer melbourne para darwin em meses.
Depois de jantarmos e de ficarmos à conversa com vários dos casais no campismo, lá fiquei a aproveitar a net para atualizar o blog.





Terça-feira, 4 de Julho:


Como dormimos já a caminho, terça-feira começámos a conduzir logo de manhã. Chegados a Emu Park, fomos visitar o sítio onde chegou o Captain Cook (para os mais distraídos, o capitão inglês que "descobriu" a Austrália).




Como esta já é a zona em que começam as ilhas magníficas do pacífico, aproveitámos para ir pesquisar companhias e planos para o dia seguinte. Depois de já termos tudo planeado para ir visitar Great Keppel Island, fomos ver campismos antes de encontrarmos um que gostássemos - quando mais norte se vai, mais turístico fica, isso leva a parques cada vez mais caros, menos naturais e mais cheios. Depois de dois ou três, acabámos por nos render e fomos para um Tourist Park com escorregas de água e tudo o que não queríamos. 



Depois de jantarmos, fomos dar um passeio ao parque e descobrimos que não era assim tão mau. Com uma vista incrível para o rio, havia espalhados pelo parque vários sítios para fazer fogueiras, vários com fogueiras acesas que davam um óptimo ambiente.


Quarta-feira, 5 de Julho:



Depois de madrugar para ir para o porto, assim apanhámos o barco para Great Keppel Island, uma ilha que, apesar de não ser muito conhecida, tem uma reputação excelente.
No meio das conversas no ferry, conhecemos uma família americana que está a fazer uma viagem de carrinha desde Sydney até Cairns (e regresso!!) num mês - se nós já achamos que estamos a conduzir muito, nem queremos imaginar as férias desta família (dica para quem alguma vez vier aqui: não menosprezem as distâncias só por parecer perto no mapa: a Austrália é um país gigante e as coisas são todas muito muito longes umas das outras).


Chegados à ilha numa praia maravilhosa, decidimos ir fazer uma caminhada rumo a uma praia um bocado mais escondida - embora pouquíssimo turística, a praia onde chegámos era a mais cheia da ilha por ser o destino escolhido por quase toda a gente no barco. Assim, depois de uma meia hora a andar no meio de vegetação sequíssima, lá chegámos a uma praia ainda mais bonita e com imensos corais. Máscaras de snorkeling postas, lá fomos logo descobrir o mundo subaquático de Great Keppel Island (até vermos uma raia e fugirmos a sete pés). 






os caranguejos aqui são artistas e fazem padrões incríveis na praia!
a praia no final da caminhada!

a raia ao lado dos pés da minha mãe!

Tarde passada a apanhar sol com intervalos de snorkeling, lá chegou a altura de voltar para a costa e procurar um campismo onde passar a noite. Como todos os que vimos já estavam cheios, acabámos por conduzir um bocado mais e ir novamente para um motel com van park - Parkhurst Motel and Vanpark - ainda mais esquisito do que o anterior - desta vez, havia um papel nas casas de banho das mulheres a dizer que era proibido ter homens nos chuveiros e havia código para entrar na casa de banho (só das mulheres!).








Depois de uma conversa com os vizinhos sobre as viagens e de nos darmos de sortudos da minha mãe não querer começar a conduzir todos os dias às cinco da manhã como eles fazem, eles vieram-nos oferecer meia meloa de sobremesa e fomos dormir.






Quinta-feira, 6 de Julho:


Depois de descansar de um dia intenso de praia e descanso, lá saímos do motel rumo ao próximo destino. Cerca de 300 km feitos com uma breve paragem para os meus pais provarem meat pies, lá chegámos a Mackay. Já cansados, acabámos por dar uma volta de carro na cidade e ir para o campismo escolhido para esta noite - Cape Hillsborough Nature Tourist Park, um campismo no meio do nada onde nem sinal de rede se apanhava.

Check-in feito e avisados que no dia seguinte às seis e um quarto da manhã a praia estaria cheia de cangurus (já estava tudo combinado com eles, ninguém poderia chegar atrasado), lá fomos instalar-nos. Tudo preparado, fomos dar uma volta na praia ao pôr-do-sol, dando uma luz linda à paisagem.















A caminho de volta da carrinha, encontrámos um canguru: o primeiro que os meus pais viram na vida! Depois das clássicas fotos para provar a toda a gente que tinham visto um canguru, dos banhos e da volta ao campismo, foi altura de ir jantar e depois ir para a cama.

Sexta-feira, 7 de Julho:


(um à parte que vai fazer sentido mais tarde: sabem como os pais estão sempre a dizer para arrumarmos os telemóveis e não andarmos sempre com eles na mão ou nos bolsos?)

Acordados às seis da manhã para ver os cangurus como tinha sido combinado, lá estávamos nós na praia com um rácio de 10 turistas para cada pobre animal. Cuidadosamente posicionados onde havia comida escondida pelo campismo para garantir a sua maior atracção turística, a caça à comida dava várias vezes azo ao que toda a gente na Austrália espera ver pelo menos uma vez na vida: cangurus à porrada.








Se calhar exagerei no rácio de 10 para 1, não?

Praia completamente vazia depois de ter acabado o show da natureza




Depois do show animal na praia, os meus pais e eu fomos fazer uma caminhada até à praia seguinte. 2km de borboletas e calor depois, lá chegámos ao destino final e tivemos de voltar para trás porque a maré estava cheia e não dava para voltar pela praia como planeado.






Energias repostas e barrigas cheias, lá seguimos rumo a Airlie Beach. Depois de nos instalarmos no campismo escolhido para esta noite - Seabreeze Tourist Park - e de metermos máquinas de roupa a lavar para aguentarmos mais 10 dias, aproveitámos e fomos dar uma volta pela cidade. Apesar de ser uma das cidades mais afectadas pelo ciclone Debbie há cerca de 3 meses, Airlie Beach não tem vestígio dos danos: numa caminhada de 4 km à beira mar, os maiores vestígios encontrados foram ramos de árvores partidos.
Chegados ao centro de Airlie Beach - que viemos a reconhecer como party city pela quantidade de hosteis, decidimos fazer-lhe justiça e fomos para um hostel beber um jarro de cerveja (em Roma, sê romano). 
Já cansados de andar, decidimos apanhar um táxi de volta para o campismo. E foi a sair deste que o momento mais triste do meu ano aconteceu: depois de ter ficado preso no cinto, o meu telemóvel caiu de frente no chão, partindo todo o ecrã e deixando o vidro protector intacto (estão a imaginar os meus pais com cara de "nós avisámos", não estão?).


Airlie Beach


Depois de tomar duche e de um jantar tardio porque estava a haver uma festa do campismo na cozinha mesmo ao lado da nossa carrinha, aproveitei para ir escrever o meu blog, acabando por ficar à conversa com três do residentes do parque. Pelo menos aqui na Austrália, os parques de campismo costumam ter residentes: cerca de 10 pessoas/casais com uma caravana que se instalaram permanentemente lá. Os três com um aspecto muito duvidoso, começaram a meter conversa comigo e acabámos a falar de Wollongong e das redondezas, perguntando um se eu já tinha ido ao templo budista que há aqui perto. E, qual não foi o meu espanto, quando os outros se juntaram à conversa e perguntaram como era o templo, que tipo de celebrações se faziam lá e como eram estas celebradas (o tipo de conversa que se espera de três homens com brincos, cavas e a beber de uma box de vinho, não é?).


Sábado, 8 de Julho:

E como é impossível fazer a costa este da Austrália sem ir a Whitsunday Island, chegou o tão esperado dia! 
Depois de acordar cedo para ir para o terminal de onde saía o barco, apanhámos o nosso veleiro e começámos a viagem de sábado. Com entretenimento providenciado pelas baleias a saltar, assim chegámos à primeira paragem do dia: o lookout para o Hill Inlet, uma das imagens de marca do país. Atracados na ilha, fomos divididos em grupos e partimos para a caminhada rumo ao sítio panorâmico. E se achámos que a experiência dos cangurus do dia anterior tinha sido uma invasão turística, deixou de ser depois desta: com os guias sempre a gritar "Grupo 2 a despachar que já estamos atrasados", o caos para tirar fotos sem aparecer mais gente era gigante.






Obrigada, miúdas

A sério, obrigada





De volta ao barco, começou a verdadeira atracção para vários passageiros: começou o bar aberto. Depois de navegar mais um bocado, lá chegámos a Whitehaven - uma praia de 7km com a areia mais branca e a água mais transparente que já vimos. Duas horas e muitos mergulhos depois, foi altura de voltar para o barco pois o almoço já estava à nossa espera.





Sem mais paragens no programa, começámos assim a navegar entre as ilhas e rumo à costa, enquanto comíamos e observávamos o resto dos passageiros do barco (de ficar na memória:uma família americana de 5 cujo filho mais novo teria cerca de 18 anos e que estavam sempre (sempre sempre!!) todos de garrafa de vinho na mão e uma asiática que posou para montes de fotos com uma garrafa de vinho fechada entre as quais ia bebendo golos do seu chá). E como ninguém é imune ao álcool, quando chegámos já toda a gente da família americana estava a fazer malabarismos e a servir de palhacinhos para o resto dos passageiros.







Chegados a Airlie Beach, decidimos vir a pé para o campismo (caminhada durante a qual fomos abordados por um português a pedir indicações!!), comer qualquer coisa e dormir.



Domingo, 9 de Julho:

Domingo foi dia de deixar para trás Airlie Beach e partir rumo a Bowen, onde fomos fazer praia e os meus pais fizeram snorkeling no coral ao lado da praia. 

Depois de um dia passado a fazer uma sesta gigante na praia, parámos num porto onde fomos ao sexto melhor restaurante de fish and chips de Queensland (e que merecia o prémio!).

Sem grandes ideias de onde dormir, acabámos a ficar no campismo Harbour Lights em Bowen que se acabou por revelar o pior que fomos durante a viagem.








Embora já esteja no final da minha 23ª semana na Austrália, tenho andado super ocupada e não consegui escrever tudo a tempo. Esta foi a minha 20ª semana mas em breve vem o resto (com uma novidade para a maioria de vocês!).
Bom verão para todos, beijinhos dos 26ºC invernais de Wollongong!

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