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Chegaram os exames, as férias e a Tasmânia! (semana 17)

Mais uma vez atrasado (não que seja uma novidade) mas aqui vai o post da semana passada!


Segunda-feira, 12 de Junho:

Chegada a semana de exames, segunda-feira foi dia de estar trancada na biblioteca a estudar para recuperar o trabalho perdido durante o semestre. Na pausa para o almoço, aproveitei e combinei com a Ciara e a Saoirse de forma a matar saudades e descobrir um bocado mais daquela que pode vir a ser a minha próxima casa aqui.

Depois de um dia cheio de estudo e de ir jantar a casa, à noite voltei para a biblioteca para aproveitar a novidade - pela primeira vez, a biblioteca da universidade está a funcionar 24/7 durante a época de exames. Estudo acabado, acabei por ir para casa de boleia com o Keegan e aproveitámos para pôr a conversa em dia. Depois de me cruzar com cinco veados ao lado da minha residência e de ir imprimir os meus apontamentos, lá me fui deitar e descansar.

Terça-feira, 13 de Junho:

Embora tivesse de ir entregar livros antes das nove à biblioteca, acabei por adormecer e deixar escapar o prazo. Assim, duas horas mais tarde e depois de já ter comprado bilhetes para um festival em Novembro (Spilt Milk em Camberra, onde vai a Lorde e o Vance Joy), lá deixei os livros na biblioteca e saí a correr para ir tomar o pequeno-almoço. Níveis de cafeína estabilizados, eu e a Abby sentámo-nos na biblioteca onde ficámos a preparar o exame dessa mesma tarde.


Estudo feito, lá fomos a casa deixar todas as nossas coisas, encher o estômago e seguimos com a Ana para o nosso primeiro exame na Austrália - Australia101 no auditório da Universidade das 18h 
às 20h. Como nos filmes americanos (embora valham cerca de 40/50%), aqui os exames são em auditórios ou pavilhões, lugares marcados e muito mais vigiados do que em Portugal. Depois de passarmos por um segurança que nos revistou as malas, tivemos de deixar as coisas dispensáveis cá fora e substituir os estojos por sacos de plástico transparentes - para verem o cúmulo a que isto chega, reclamaram porque a minha garrafa de água tinha uma rodela de limão lá dentro.


Primeiro exame feito - e embora já fosse de noite, lá fui eu estudar para o exame do dia seguinte.



Quarta-feira, 14 de Junho:


Com exame às 9h, lá atravessei eu o campus logo de manhãzinha. Desta vez o exame era no pavilhão de ginástica da universidade, misturando cerca de 10 cursos diferentes a fazer exame ao mesmo tempo. Motivada pelo começo das férias assim que acabasse o exame, lá se passaram as 3 horas de exame e lá respondi a todas as perguntas. 





Exame acabado, fui para casa para deixar os meus apontamentos e comer qualquer coisa e depois segui para o centro da cidade comprar lanternas e todo o equipamento necessário para a tasmânia e ingredientes para fazer bacalhau com natas - lanço-vos um desafio: comprar bechamel na Austrália.

Assim que acabei tudo o que tinha de fazer, lá voltei para casa para começar a preparar o bacalhau com a Abby que quase chorava com fome enquanto fritávamos as batatas - dou-vos uma dica: não usem papel higiénico a substituir o papel de cozinha para absorver o óleo das batatas fritas. 

Travessa de bacalhau e tarte de maçã acabadinhas de sair do forno, lá começámos o jantar que seria o último do apartamento 36 todo junto. Para responder às várias perguntas que recebi sobre a reacção deles ao bacalhau com natas: sinceramente, sinceramente, não faço a mínima ideia se gostaram ou não; disseram que estava óptimo (quem é que teria coragem de responder que não gostava?) mas não faço a mínima ideia se gostaram mesmo.




Depois de lavarmos a louça toda e arrumarmos a cozinha, fui ao andar de cima despedir-me da Ana. Como vou passar o resto da semana à Tasmânia, já não a volto a ver pois ela parte em breve para Bali. Uma vez lá em casa, também me despedi da Nelly e do Andreas que também não volto a ver deste lado do mundo (ou pelo menos este ano).

Despedidas feitas, lá voltei para casa para acabar a mala e escrever o post da semana passada (isto de continuar a escrever o blog tem sido uma luta contra mim própria).

Quinta, 15 de Junho:


Depois de preparar todas as coisas necessárias, de limpar a memória do telemóvel e acabar o blog, lá segui eu e a Abby para o comboio rumo a Sydney. E, para poupar o exagerado valor do comboio que pára no aeroporto, chamámos um uber desde a estação imediatamente antes até lá - é ridículo mas sai muito mais barato. Atendidas por uma funcionária super simpática que nos trocou os lugares de forma a ficarmos juntas e na saída de emergência (o que significa uma sesta com imenso espaço), lá fomos nós rumo ao norte da Tasmânia. Chegadas a Launceston, apanhámos um taxi para a estação de autocarro e seguimos para Hobart - como somos forretas (e embora a nossa carrinha alugada esteja em Hobart), decidimos voar para Launceston e apanhar o autocarro para Hobart numa tentativa de poupar dinheiro em vez de voar diretamente para a capital do estado. 

Uma vez chegadas e cheias de fome, seguimos a recomendação de alguém de Wollongong e fomos almoçar ao Daci Daci, o Moínho Velho ou a Vénus da Tasmânia. Como as refeições eram mais caras dentro da padaria, decidimos levar as nossas sandes para um parque ali perto e observar já a população desta ilha. E que bela decisão foi essa! Sentadas ao sol, estivemos a observar uma manifestação contra o corte orçamental na saúde enquanto, a 10 metros de distância, senhores engravatados davam voltas de triciclo à fonte de forma a superar um dos desafios de um peddy paper em que participavam.

Voltas e voltas dadas, lá nos declarámos perdidas e chamámos um uber para nos levar ao sítio onde íamos levantar a nossa carrinha para a viagem. Quinze minutos depois e chegadas a um armazém nos subúrbios da cidade, lá encontrámos 20 carrinhas com desenhos cómicos e percebemos que tínhamos chegado ao destino. Depois de entrarmos num escritório muito duvidoso, de nos serem entregues as chaves de um carro muito duvidoso e de levarmos um pack de lençóis e almofadas de igual nível de confiança, lá seguimos nós (com a Abby a conduzir) em direcção a um supermercado - foi também a viagem em que a Abby fez a sua primeira rotunda da vida a conduzir (e do lado esquerdo!). 


"You can catch flies with honey, but you can catch more honies being fly"



Enquanto a Abby fazia as compras, lá recebi uma chamada do Tony, o responsável pela gestão da minha residência, para falarmos do meu pedido para quebrar o contrato. Depois de lhe ter explicado todas as minhas razões, ele disse que ia falar com o superior mas avisou-me para não criar grandes esperanças porque tinha noção de que era muito difícil de o fazer (arranjar casa nova e pesquisar mobília não é criar grandes expectativas, right?).

Compras feitas, assim seguimos nós à procura de um campismo onde dormir a primeira noite dado que ainda não tínhamos grandes confianças com o carro nem em ficar lá dentro num sítio não vigiado. Assim, lá estacionámos no Camping Barilla, preparámos a cama, comemos qualquer coisa e enfiámo-nos na cama a tentar ver um filme mas adormecemos logo a seguir. 




Sexta-feira, 16 de Junho:



Depois de um pesadelo horrível em que estavam dois homens dentro da carrinha e depois do despertador tocar, lá acordámos as duas ainda de noite. Embora achasse que a Abby se tinha enganado a meter a hora no telemóvel e que eram cinco da manhã, vi então que eram sete da manhã e ainda estava escuro  - aparentemente na Tasmânia o nascer do Sol só acontece cerca de uma hora depois de Wollongong.

Para aproveitar tudo a que tínhamos direito, lá fomos tomar banho já que sabemos que isso vai ser um luxo durante a próxima semana. E, não fosse o cronometro a contar os 5 minutos a que tínhamos direito (com contagem decrescente a apitar no final!), tinha mesmo considerado aquilo um dos melhores duches da minha vida. 
Depois de prepararmos as nossas papas de aveia e tomarmos o pequeno-almoço tal família de férias numa casinha ao lado do lago, lá seguimos viagem comigo a conduzir. A seguir um trajecto que encontrámos na net e que passava por muitas terrinhas e sítios giros, chegámos a Port Arthur - uma cidade-prisão do reino Inglês, onde íamos passar o resto do dia. 



o outro lado da carrinha - "Mr. White can make blue can you?"


eu no meio do nada na Tasmânia

Tessellated Pavement - Pirate Bay

Port Arthur

Port Arthur

Uma das prisões em Port Arthur


 No meio de uma cidade de ruínas com vista maravilhosas, fomos dar uma volta de barco em que aprendemos um bocado mais sobre a gestão do espaço e vimos mais paisagens bonitas e depois juntámo-nos a uma visita guiada para descobrir mais sobre o sítio. Depois de termos ido também ver alguns edifícios por nós - por exemplo a prisão mais apertada em que não podiam falar, cantar, dançar, estalar os dedos e nem sequer olhar para qualquer outro prisioneiro, seguimos viagem para o Tasman National Park para passar lá a noite. 

Para aproveitar o pouco de luz que ainda estava, fizemos umas salsichas no barbeque do parque e jantámos lá, a quem se juntaram uns três ou quatro wallabies - quase o mesmo que canguru mas mais pequenino e fofinho. Coisas arrumadas, lá decidimos ir tratar de arranjar um sítio para dormir. Como a recepção do parque estava fechada, o pagamento das noites era feito através de postais. Depois de meter o dinheiro num postal e meter dentro de um cofre, tirava-se um papelinho a confirmar que se tinha pago na janela do carro. E, como eu e a Abby somos pessoas muito honestas, obviamente que tirámos o papel a dizer que tínhamos pago embora não tivéssemos posto um único cêntimo no cofre.

Abby a cozinhar com um wallaby ao lado


Trafulhice feita e lugar arranjado, lá nos preparámos para ir para a cama e vimos um filme ("something borrowed", a Abby impôs) até adormecer.



Sábado, 17 de Junho:


Depois de uma noite cheia de pesadelos em que sonhava que tinham apanhado o nosso truque para não pagar, saímos cedo do parque nacional com medo que se tornasse realidade. Assim, conduzimos até Sorell onde tomámos um café no McDonald's e aproveitámos a Wi-Fry deles (juro, chama-se mesmo assim).




Já com as indicações no Google Maps, seguimos para Freycinet National Park, o sítio que eu mais ansiava na viagem. Depois de irmos à recepção perguntar dicas sobre o que fazer, decidimos fazer a caminhada do Wineglass Bay Lookout pois era "o sítio das famosas fotografias que se vêm em todo o lado". No entanto, quando chegámos lá, ficámos desapontadas porque pelos vistos a receptionista não estava a falar das mesmas fotografias que nós. Assim, depois de tirar as fotografias suficientes para actualizar o instagram, voltámos para baixo e seguimos à procura de um sítio para dormir. 


Wineglass Bay Lookout


Chegadas a Friendly Beaches - o campismo grátis dentro do parque nacional, lá procurámos o lugar que mais nos agradava (que se veio a demonstrar também o lugar favorito dos wallabies) e estacionámos. Como ainda estava alguma luz, fomos dar uma volta à praia. E, no meio deste passeio, encontrámos outro animal. Gordinho, pequenino e peludo, o que mais tarde viemos a descobrir que era um wombat não olhou para nós nem uma única vez e continuou a comer o tempo todo. Voltadas ao carro, fizemos massa para o jantar e comemos enquanto vimos o Good Will Hunting.






Domingo, 18 de Junho:

Para aproveitar o sítio incrível em que estávamos estacionadas, domingo foi o dia de ver o primeiro nascer do sol a sério na Tasmânia. Por volta das oito e quando o sol já estava a brilhar, voltámos para fazer café e a aveia para o pequeno almoço para começar bem o dia. 
Depois de conduzirmos até ao centro do National Park e de pedirmos mais uns conselhos na recepção, decidimos fazer a caminhada mais difícil - subir o Mt. Amos. "Caminhada". ""Caminhada"". Embora sempre que tínhamos de escalar rochas ( e que era quase sempre) nos tivesse passado pela cabeça desistir, continuámos a subir o monte sabendo que a vista iria compensar (e como iríamos descer era um problema do futuro).

Nascer do Sol em Friendly Beaches



a vista aqui já prometia!


Chegadas lá acima depois de muito esforço, a vista não era menos do que esperávamos. Com uma amplitude gigante, no topo de Mt. Amos dá para ver a península toda e pode-se ficar lá durante horas que não cansa. Para aproveitar a vista e adiar a descida, ficámos um bocado no topo da montanha onde conhecemos um grupo muito simpático em que um era americano, pelo que ficámos a falar um bocado.




Topo do Mt. Amos



Depois de repor as energias a petiscar cenoura e de tirar fotos com a vista maravilhosa, decidimos começar a descer. Como a maior parte do caminho era tão inclinada, acabámos por descer a escorregar de rabo simplesmente para garantir que não caíamos como se fôssemos em pé. Chegadas quase ao fim da montanha, voltámos a encontrar o grupo que tínhamos conhecido no topo - a rapariga perdeu um gorro vermelho e estavam a voltar para trás para ver se o encontravam.







Já na carrinha, aquecemos o jantar do dia anterior enquanto éramos abordadas por um senhor da Malásia que estava fascinado com a carrinha e com a facilidade de viajar nela e nos fazia mil questões sobre nós. No fim de almoçar, decidimos ir visitar o resto do parque nacional (mas desta vez de carro). Na primeira paragem - honeymoon, embora tivéssemos ficado desiludidas com a praia, ficámos contentes em ter visto focas selvagens - depois de termos ficado séculos a tentar perceber o que eram as coisas que víamos no mar e da Abby ter pensado que era só lixo a flutuar, lá reconhecemos 7 focas lá a nadar. Depois de uma paragem breve no farol e outra em Sleepy Bay, conduzimos até ao parque de campismo pago para ver se conseguíamos tomar um duche quente sem dormir lá. Já preparadas para o duche e cada uma na sua casa de banho, descobrimos que aqueles chuveiros eram apenas de água fria e fomos a correr até à recepção implorar-lhes para nos deixarem ir dormir ao parque deles e ter um duche de água quente embora eles já tivessem fechado e desligado os computadores. Assim, já no campismo oficial, lá demos $2 para o nosso duche de 4 minutos desta vez não cronometrado e, portanto, sem nunca saber quando iria acabar a água.



Honeymoon Bay





Lighthouse




Sleepy Bay




Duche tomado, fomos ver a praia a 1 minuto do sítio onde íamos dormir, fizemos sopa e fomos para dentro da carrinha abrigar-nos do frio e dormir.





Para quem estiver a ponderar ir à Tasmânia, eu vou falar um bocadinho mais sobre a ilha no próximo post. No entanto, resumindo a minha opinião bem resumidinha: vão!!!

Até para a semana!!

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